Presidente da Finep avalia como positiva a participação governamental nos investimentos à inovação

Investir em inovação é apontado por muitos especialistas como o caminho para o Brasil dar um salto tecnológico e econômico para, enfim, se consolidar no rol das nações desenvolvidas. Para tanto, é necessário um investimento conjunto entre governo e o setor privado. Mas é preciso também que o volume desses recursos sejam representativos. A média das nações que mais investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D) é de 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
O Brasil ainda busca chegar a ate nível. A última medição do governo na área foi feita em 2012 e apontou que o investimento foi de 1,21% do PIB. Desse total, 0,68% foi aportado pelo poder público, enquanto os 0,53% restantes vieram das empresas. Para o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Luis Fernandes, o volume de recursos públicos está de bom tamanho.
“O investimento governamental brasileiro não está fora da média global. Estamos, por exemplo, acima do Japão [0,56%] e próximos da França [0,80%]. Nosso desafio é ser mais eficiente e eficaz na promoção da inovação em ambiente empresarial”, destacou o dirigente, durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Carlos (SP).
A Finep opera mecanismos para incentivar o empresariado a fazer apostas em projetos tecnológicos inovadores, como capital de investimentos, subvenção econômica e linhas de crédito. Fernandes disse que, nos últimos anos, houve um crescimento na oferta de crédito. “Essa é uma linha que atende, principalmente, as grandes empresas. Operar mecanismos que fiquem disponíveis a toda a cadeia de empresas inovadoras nos permite desenhar programas para atender necessidades específicas de setores importantes para o desenvolvimento da sociedade”, afirmou.
Outra questão debatida por Fernandes foi a necessidade de recomposição do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O dirigente destacou que o fundo é a principal fonte de apoio à pesquisa e à inovação nacional e que suportar ações do governo para financiar essas atividades.
“O fundo é um complemento às ações do governo, e não substitutivo. A Finep quer preservar esse princípio para continuar compartilhando riscos tecnológicos de projetos de pesquisa das empresas”, pontuou Luis Fernandes.
Área educacional
O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich, defendeu políticas públicas de educação para gerar mão de obra qualificada para a academia e setor produtivo. Chaimovich citou a incorporação de novos cientistas aos sistemas de apoio à ciência e tecnologia como um dos desafios à inovação.
“Precisamos de programas para que doutores recém-contratados por universidades e institutos de pesquisa possam acessar recursos para investigações científicas”, observou.
Ele apresentou também dados do Programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (Rhae), criado em 1987, que concede bolsas para pesquisadores atuarem em projetos de pesquisa de empresas inovadoras. Para cada US$ 1 milhão investido pelo governo federal na iniciativa gera, em média, 26 produtos, 23 artigos científicos, 19 processos, dez serviços e oito registros de propriedade intelectual, entre outros resultados.
Ciência sem Fronteiras
Carlos Nobre, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), disse que a entidade iniciou uma avaliação para apontar os rumos dos bolsistas egressos do programa Ciência sem Fronteiras (CsF), principalmente os alunos da modalidade Graduação Sanduíche. “São os profissionais que, no futuro, estarão atuando na academia e nas empresas”, pontuou.
Fonte: Finep

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